Isaac Warden Lewis
Desde que o
Brasil tornou-se supostamente independente, segundo alguns políticos
pertencentes às classes favorecidas no tempo em que o país era uma colônia de
Portugal, sendo este país também colônia não declarada da Inglaterra e
orientada por interesses capitalistas de países europeus (Inglaterra, França,
Holanda, Bélgica), letrados e políticos luso-brasileiros propuseram reformas e
reformas para inúmeros aspectos institucionais e estruturais da sociedade
brasileira, colonizada antes e depois da proclamação da independência. Nós
sabemos que, para reformar uma casa, é preciso, primeiro, verificar as
condições de moradia da casa, a qualidade de suas estruturas, dos materiais que
compõem o arcabouço do prédio e do solo
em que a casa foi construída, para, depois, sugerir as reformas necessárias
para o prédio a ser reformado.
Acreditamos que,
para reformar itens institucionais e estruturais de uma sociedade, é preciso
observar os requisitos necessários para reformá-los, adotando os mesmos procedimentos
para a reforma de uma casa. Ao não fazerem isso, os políticos e os letrados
acabam repetindo realizações que não mudam nada, como as reformas realizadas no
Brasil Colônia, Brasil Império e no Brasil República até os dias atuais.
Podemos perceber isso nas ações e documentos produzidos por políticos,
militares, juízes, juízas, ministros, secretários de estado etc. nos dias
atuais. Comecemos do início. Em 1494, o papa Alexandre VI (família Borgia)
dividiu as terras a serem encontradas a 370 léguas de Cabo Verde entre o reino
da Espanha e o reino de Portugal. Uma aberração! O rei de Portugal passou a
considerar toda a terra encontrada no território brasileiro como sua. De
Os serviços
públicos do estado burocrático de uma sociedade colonizada precisam ser
analisados de acordo com a filosofia (ou mais precisamente, a ideologia) que
orienta a sua aplicabilidade. A proposta de reformá-los precisa considerar por
que e para quem tal reforma está sendo feita. A primeira questão a ser colocada
é saber se tal reforma será a primeira ou se já houve alguma reforma dos
serviços prestados pelo estado que foi totalmente inócua. Começaremos
perguntando sobre a condição do estado burocrático de direito atual. O Brasil e
o estado do Maranhão, Grão-Pará e Ceará constituíam dois estados ligados
diretamente ao reino português, o primeiro desde 1549, quando da criação do
governo geral, e o segundo quando foi criado em 1619. Estes dois estados tinham
burocracia estatal (governo, câmara de representantes, autoridades militares, jurídicas
e policiais) que existia em função dos interesses das classes privilegiadas
europeias. As classes favorecidas e as classes desfavorecidas deveriam
contribuir com suas atividades para enviar recursos e riquezas para a
metrópole. Os recursos e a riqueza produzidos pelas classes desfavorecidas
nacionais serviam para manter condições e privilégios das classes favorecidas
nacionais e das classes privilegiadas portuguesas. Cabia às classes favorecidas
administrar os aparelhos do estado burocrático de direito em seu próprio favor
e em favor das classes privilegiadas de Portugal. Cabia às classes
desfavorecidas trabalhar, trabalhar, produzir, produzir, para que as classes
favorecidas e as classes privilegiadas usufruíssem o produto do trabalho das
classes desfavorecidas. Quem vai fazer as reformas? Os luso-brasileiros são
confiáveis para fazer reformas para um país que continua colonizado? Talvez
seja hora de os luso-brasileiros consultarem os povos indígenas que já sabiam
administrar os recursos naturais dessa terra muito antes de entrarem em contato
com a pseudo civilização e o pseudocristianismo
trazidos pelos portugueses do século XV, ideias e conceitos remanescentes do período medieval português,
propagado pelos jesuítas a serviço dos colonizadores. É bom lembrar que, no
século XIX, os aprendizes de cientistas do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro estavam preocupados com o futuro da nação brasileira, considerando
os poucos conhecimentos civilizatórios dos descendentes dos nativos indígenas e
africanos. Eles se esqueceram de
analisar os comportamentos pseudo
civilizatórios dos luso-brasileiros, incluindo os próprios aprendizes de
cientistas. Hoje, os nativos dos descendentes indígenas e africanos podem
realizar a análise esquecida pelos aprendizes de cientistas no século XIX.
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