Isaac Warden Lewis*
Vamos aceitar o
desafio de intelectuais judeus e judias:“É preciso chamar as coisas pelo nome. É
chegada a hora, de nós, intelectuais, livres pensadores judeus e judias
progressistas, descendentes das maiores vítimas do regime nazista, posicionarmos,
como atores sociais, diante do debate público,
sobre o atual momento nacional.. É perceptível que o governo encabeçado
por Jair Bolsonaro tem forte inclinação nazista e fascista [....]”...
Desde a diáspora
imposta à população judaica pelo imperador de Roma no ano 70 d. C., os judeus e
as judias testemunharam o desenvolvimento de instituições e nações europeias
que os marginalizaram, os discriminaram e os massacraram impiedosamente. Tanto indivíduos quanto comunidades judaicas
sofreram perseguições na maioria dos países ocidentais e naqueles que seguiram
a cultura ocidental. Apesar disso, descobertas, conhecimentos científicos e
filosóficos foram produzidos por judeus e judias. O desenvolvimento econômico
das nações europeias contou com a participação de judeus, principalmente, na
Holanda, Inglaterra, França. Esse desenvolvimento foi construído através da
exploração de nativos de todas as partes do mundo, incluindo judeus operários
ou camponeses por capitalistas europeus, norte-americanos com apoio incondicional
de capitalistas judeus. Sabemos também que o regime nazista (regime pró-capitalista,
diga-se de passagem) contou com apoio incondicional de judeus capitalistas.
Passados mais de dois anos da eleição de Jair Bolsonaro, a hora de manifestação
dos intelectuais judeus e judias do Brasil parece um pouco tardia, pois há mais
de quinhentos anos que as classes privilegiadas portuguesas e as classes favorecidas
luso-brasileiras administraram o território brasileiro, cometendo genocídios
através de forças de segurança, exploração violenta dos nativos da América e da
África, com apoio financeiro de capitalistas europeus e judeus. Por que os
intelectuais judeus e judias demoraram a se manifestar? Entendemos essa demora
por parte dos intelectuais luso-brasileiros como parte da hipocrisia cultural
cultivada pelos descendentes das classes favorecidas desse país. O que
explicaria a demora dos intelectuais judeus e judias “diante do atual momento
nacional” que, afinal, não é tão atual? Além disso, os intelectuais judeus e
judias deveriam saber que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro não se
orienta por ideias e princípios nazistas e fascistas.. Esses princípios
surgiram, primeiramente, como reação à dominação imperialista, capitalista
inglesa, francesa e norte-americana sobre todos os países e povos do mundo. O
Brasil não possui e nunca possuiu uma burguesia moderna. Então, os políticos e
as classes favorecidas nunca pensaram em reagir contra ou competir com os
principais países capitalistas e imperialistas europeus ou norte-americanos.
Todos os princípios ditos democráticos, socialistas, comunistas, nazistas ou fascistas
sempre sofreram desvirtuamentos levianos no Brasil devido à pobreza intelectual
de seus ideólogos. Talvez isso explique a participação e a colaboração de
descendentes de judeus, africanos, japoneses, italianos e portugueses no
governo de mentirinha chefiado por Jair Bolsonaro.
Se “é preciso
chamar as coisas pelo nome”, deveremos chamar as ideias e os princípios
confusos seguidos pelo presidente Bolsonaro, pelos militares, ministros,
policiais e outros seguidores ignorantes que o apoiam de princípios
terroristas, tais como os defendidos e praticados pelos grupos terroristas em
várias partes do mundo, os quais cometeram e cometem crimes arbitrariamente em
nome de preconceitos religiosos, surgidos na pré-história e ainda mantidos
pelos semitas (árabes e judeus) e de seus vis interesses. O atentado sofrido
por MalalaYousafzai no Paquistão em
9 de outubro de 2012 e o assassinato da vereadora Marielle Franco no Brasil no dia 14 de março de 2018 demonstram a
pertinência dos nomes que devemos dar às ações praticadas pelo grupo político
que dirige o país no momento atual. Esperamos que os descendentes das maiores vítimas
do regime nazista sejam mais coerentes com a história de judeus e judias progressistas
que lutaram e lutam coerentemente por uma sociedade justa para todos os seres humanos.
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