terça-feira, 15 de junho de 2021

IDENTIDADE SOCIAL E CULTURAL EM PAÍS COLONIZADO

                                                                                                                    Isaac Warden Lewis*

 

Vamos aceitar o desafio de intelectuais judeus e judias:“É preciso chamar as coisas pelo nome. É chegada a hora, de nós, intelectuais, livres pensadores judeus e judias progressistas, descendentes das maiores vítimas do regime nazista, posicionarmos, como atores sociais, diante do debate público,  sobre o atual momento nacional.. É perceptível que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro tem forte inclinação nazista e fascista [....]”...

Desde a diáspora imposta à população judaica pelo imperador de Roma no ano 70 d. C., os judeus e as judias testemunharam o desenvolvimento de instituições e nações europeias que os marginalizaram, os discriminaram e os massacraram impiedosamente.  Tanto indivíduos quanto comunidades judaicas sofreram perseguições na maioria dos países ocidentais e naqueles que seguiram a cultura ocidental. Apesar disso, descobertas, conhecimentos científicos e filosóficos foram produzidos por judeus e judias. O desenvolvimento econômico das nações europeias contou com a participação de judeus, principalmente, na Holanda, Inglaterra, França. Esse desenvolvimento foi construído através da exploração de nativos de todas as partes do mundo, incluindo judeus operários ou camponeses por capitalistas europeus, norte-americanos com apoio incondicional de capitalistas judeus. Sabemos também que o regime nazista (regime pró-capitalista, diga-se de passagem) contou com apoio incondicional de judeus capitalistas. Passados mais de dois anos da eleição de Jair Bolsonaro, a hora de manifestação dos intelectuais judeus e judias do Brasil parece um pouco tardia, pois há mais de quinhentos anos que as classes privilegiadas portuguesas e as classes favorecidas luso-brasileiras administraram o território brasileiro, cometendo genocídios através de forças de segurança, exploração violenta dos nativos da América e da África, com apoio financeiro de capitalistas europeus e judeus. Por que os intelectuais judeus e judias demoraram a se manifestar? Entendemos essa demora por parte dos intelectuais luso-brasileiros como parte da hipocrisia cultural cultivada pelos descendentes das classes favorecidas desse país. O que explicaria a demora dos intelectuais judeus e judias “diante do atual momento nacional” que, afinal, não é tão atual? Além disso, os intelectuais judeus e judias deveriam saber que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro não se orienta por ideias e princípios nazistas e fascistas.. Esses princípios surgiram, primeiramente, como reação à dominação imperialista, capitalista inglesa, francesa e norte-americana sobre todos os países e povos do mundo. O Brasil não possui e nunca possuiu uma burguesia moderna. Então, os políticos e as classes favorecidas nunca pensaram em reagir contra ou competir com os principais países capitalistas e imperialistas europeus ou norte-americanos. Todos os princípios ditos democráticos, socialistas, comunistas, nazistas ou fascistas sempre sofreram desvirtuamentos levianos no Brasil devido à pobreza intelectual de seus ideólogos. Talvez isso explique a participação e a colaboração de descendentes de judeus, africanos, japoneses, italianos e portugueses no governo de mentirinha chefiado por Jair Bolsonaro.

Se “é preciso chamar as coisas pelo nome”, deveremos chamar as ideias e os princípios confusos seguidos pelo presidente Bolsonaro, pelos militares, ministros, policiais e outros seguidores ignorantes que o apoiam de princípios terroristas, tais como os defendidos e praticados pelos grupos terroristas em várias partes do mundo, os quais cometeram e cometem crimes arbitrariamente em nome de preconceitos religiosos, surgidos na pré-história e ainda mantidos pelos semitas (árabes e judeus) e de seus vis interesses. O atentado sofrido por MalalaYousafzai no Paquistão em 9 de outubro de 2012 e o assassinato da vereadora Marielle Franco no Brasil no dia 14 de março de 2018 demonstram a pertinência dos nomes que devemos dar às ações praticadas pelo grupo político que dirige o país no momento atual. Esperamos que os descendentes das maiores vítimas do regime nazista sejam mais coerentes com a história de judeus e judias progressistas que lutaram e lutam coerentemente por uma sociedade justa para todos os seres humanos.

 

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