Isaac Warden Lewis
O poeta norte-americano Henry Wadsworth Longfellow (1807-1882) escreveu o seguinte poema “The arrow and the song” (A flecha e a canção):
“Atirei uma
flecha para o ar/Caiu na terra, Não sei onde;/Pois, tão rapidamente ela voou, a
vista/Não pôde segui-la em seu vôo.
Assoviei uma
canção para o ar,/ Ela caiu na terra. Não sei onde;/Pois, quem tem visão tão
penetrante e forte/Que possa seguir o vôo de canção.
Muito, muito
tempo depois em um carvalho/Encontrei a flecha, ainda inteira./E a canção, do
início ao fim,/Achei novamente no coração de um amigo.”
Este poema
revela um poeta romântico e idealista, o que explica seu poema não dar conta de
que no mundo físico , real, toda ação
produz reação contrária igual à força dispendida, o que significa dizer que
tudo que é lançado pelo homem retorna a ele de algum modo, independentemente de
sua vontade. É verdade que se ele age bem sobre o mundo e os seres no mundo,
ele colherá o bem que ele semeou. Por outro lado, se ele age mal sobre o mundo
e os seres do mundo, ele estará produzindo males para todos os seres do mundo e
também para si mesmo.
No período
colonial, os capitalistas do mundo ocidental estabeleceram que a terra e os
produtos dela deveriam ser apropriados por capitalistas e, com isso, têm
degenerado a vida sobre a terra para todos. Agora, querem investir na
exploração do mundo extraterrestre para fazer a mesma coisa. No Brasil, os
portugueses e os luso-brasileiros (classes favorecidas), vinculados aos
interesses das classes privilegiadas do capitalismo ocidental, agiram com
subserviência, apropriando-se violentamente de terras ocupadas milenarmente
por indígenas, escravizaram nativos da América, África e Ásia, devastaram
terras e seus produtos naturais para entregá-los ao capitalismo europeu e
norte-americano. Inventaram um país semi-independente, mais burocrático do que
democrático, para continuar a exploração da terra e a espoliação dos nativos
americanos, africanos etc, através da criação de castas políticas, militares,
policiais, jurídicas para legitimar a exploração e a espoliação referidas
acima.
Os
protocolonizadores luso-brasileiros têm dificuldades em entender as leis da
natureza que punem os seres humanos que agem mal e estupidamente sobre o mundo
e os seres que vivem nele. De qualquer modo, o poema The arrow and the song, de
Longfellow, revela um poeta sensível com relação ao mundo em que ele vivia. Do
mesmo modo, brasileiros como Bruno Pereira, o inglês Dominique Philips, o
religioso Júlio Lancellotti, o ambientalista Leonard Boff têm cumprido o papel
de nos alertar sobre os efeitos dos males sobre o mundo e os seres produzidos
por seres humanos gananciosos. Desde o início da colonização portuguesa,
nativos da América, África, Ásia criticaram e condenaram os crimes contra a sua
humanidade produzidos pelos colonizadores europeus e norte-americanos. Os
depoimentos de descendentes de luso-africanos têm mostrado que os colonizadores
portugueses cometeram os mesmos crimes tanto na África como no Brasil. Por
isso, a maioria das classes desfavorecidas brasileiras nada tem a comemorar nos
duzentos anos da independência do Brasil de Portugal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário