Isaac Warden Lewis
O
movimento de descolonização iniciado pot autores/autoras negrosnegras,
mulatos/mulatas, brancos/brancas e nativos/nativas dos continentes da América,
África e da Ásia foram extremamente importantes porque esses autores e essas autoras
retrataram primordialmente os colonizadores e também a política dos países
colonizadores nas colônias, como sugere o título do livro de Albert Memmi, “ O
retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador” (2007). Angela
Davis, em seu livro “Mulheres, raça e classe”(2016). Frantz Fanon, em “Os
condenados da terra” e Aimé Césaire, em “Diário de um retorno ao país natal
(2012) e Discurso sobre o colonialismo (2020 realizaram a mesma análise em seus livros. A história da invasão dos
territórios dos continentes da América, África e Ásia por europeus foi
apresentada, desde o início do século XVI, como uma epopeia magistral realizada
por seres humanos superiores a serviço de países adiantados, civilizados,
cristãos. O livro de Luís de Camões, “Os Lusíadas”, por exemplo, passa essa
mensagem. Essa pseudo-epopéia abstrai o fato de que os países da península ibérica viviam e
permaneceram na Baixa Idade Média por muitos e muitos anos, subcolonizados por
países do norte da Europa que realizavam desenvolvimentos econômicos (revolução
industrial, revolução comercial, revolução agrícola); culturais, científicos
(Renasccença, Iluminismo e políticos (Revolução Francesa).
Atualmente, textos escritos por descendentes de portugueses que viveram na África denunciam que seus pais e avós, imigrantes emergenciais, tratavam desrespeitosamente os nativos dos países que os receberam. Esses autores, perplexos, descobriram os preconceitos, racismos e xenofobismo praticados contra eles por serem portugueses nascidos na África. A prática de racismo no século XXI por europeus de países subcolonizados, como Portugal e Espanha, não surpreende tanto os nativos dos continentes invadidos quanto os cidadãos dos países colonizadores, porque os costumes, a política, a educação dos colonizadores são extremamente semelhantes em todos os continentes. Os políticos, os militares, os funcionários públicos e os religiosos corruptos e genocidas foram produzidos pelos reinados da Espanha e de Portugal com financiamentos de capitalistas de países do norte da Europa, mais desenvolvidos, interessados em açambarcar e monopolizar terras dos nativos dos países invadidos. No Brasil, alguns imigrantes de países subccolonizados e seus descendentes comportaram-se preconceituosamente contra os nativos, mesmo tendo fugido da fome e da miséria de seus países de origem. A história das lutas e de resistência dos negros no Brasil estão registradas por vários autores: Abdias Nascimento, “Genocídio do negro brasileiro (2018) e “Quilombismo” ((2019); Beatriz Nascimento “Uma história feita por mãos negras” (2018); Clovis Moura “ “Quilombos: Resistência ao escravismo” (2020), Jessé de Souza “ Como o racismo criou o Brasi(2021) e Joel Rufino de Souza, “Saber negro” ( 2015)
Também
os nativos do Brasil têm registrado suas reflexões sobre a invasão dos seus
territórios, assim como dos crimes praticados pelos invasores portugueses e
luso-brasileiros contra eles.Ailton Krenak publicou “Futuro ancestral” e “A vida não é útil”; Kaká Werá Jecupé publicou
“A terra dos mil povos: a história indígena contada por um índio”; Daniel
Munduruku publicou “O Karaíba”.; Diakuru publicou “Os ensinamentos que não se
esquecem”.
Os
constrangimentos sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Júnior faz parte do
mesmo processo da chegada dos colonizadores genocidas Herman Cortez ao México e
Francisco Pizarro ao Peru a partir do século XVI. Os torcedores dos times
espanhóis foram instruídos para agirem como bestas, como qualquer torcedor de
países colonizados ou subcolonizados.