sábado, 12 de novembro de 2022

ELEIÇÃO DIALÉTICA EM 2022 NO PAÍS COLONIZADO

                                                                                                                 Isaac Warden Lewis

 

A disputa eleitoral em 2022 no Brasil revelou-se pedagogicamente dialética. A máquina governamental da mentira, vigarice e do estelionato que desgovernava o país desde 2019 foi suplantada pela ânsia de verdade, justiça, liberdade, igualdade e fraternidade da maioria de homens e mulheres que vivenciaram práticas de desrespeito, desonestidade e traição a princípios basilares da sociedade brasileira.

É verdade que os cidadãos que se autodenominam conservadores não sabem o que esse termo realmente significa. O que querem conservar, que tradição aspiram conservar? Os conceitos importados de países da Europa Ocidental geralmente são distorcidos ou atribuídos significados completamente diferentes dos usados em países desenvolvidos. Em países colonizados, como o Brasil, a tradição das classes favorecidas é restringir a compreensão de conceitos que poderão ser-lhes desfavoráveis. Um exemplo disso é de um colunista articulista que qualificou o movimento terrorista do governo federal de “conservador revolucionário”. Esse articulista parece não saber o que seja “um conservador” e nem sabe o que seja “um revolucionário”. Uma outra confusão muito frequente  é designar as “confusões débeis mentais” de políticos e governantes atuais de “fascistas” ou “nazistas”. Esses políticos e governantes são herdeiros de bandidos que ocuparam as terras dos nativos que viviam no território achado casualmente por navegantes portugueses em 1500. E desde então, esses aventureiros espoliaram os nativos de suas terras, assassinaram covardemente milhares e milhares de nativos, nativas e suas crianças, escravizaram os sobreviventes e, além disso, adotaram práticas destrutivas contra a natureza, a fauna, a flora, os rios e os mares em nome da civilização, o que significou, na verdade, a adoção de modos de produção financiados por capitalistas europeus.

Depois da independência de Portugal em 1822, políticos, letrados e militares luso-brasileiros continuaram administrando o território a serviço de metrópoles que planejaram o modo e a relação de produção do país chamado Brasil, que nunca revogou os conteúdos racistas, discriminatórios e preconceituosos da cultura medieval, contidos nas Ordenações elaboradas pelos reis de Portugal no século XVI.

Entretanto, do século XIV ao século XIX, a Europa passou por muitas revoluções: a Comercial, a Intelectual (a Renascença, o Iluminismo), a Religiosa, a Industrial (Inglaterra), a Social (Inglesa e Francesa) . Nesse período, o que vigorou no Brasil foi o domínio e a expansão do latifúndio,  a sociedade escravagista, a violência colonial contra nativos da América e da África, ou seja, a espoliação das terras dos nativos e a exploração violenta da força de trabalho dos nativos  da América e da África. Na colônia portuguesa, os políticos, os letrados, os juízes, os militares , os latifundiários não tomaram conhecimento ou fingiram não tomar conhecimento das lutas dos Movimentos Populares na Revolução Francesa (1789) que aboliu privilégios, distinções, realizou reforma agrária, extinguiu a monarquia, condenando à morte na guilhotina o rei Luís XVI, a rainha Maria Antonieta e muitos latifundiários conservadores medievalistas. Fundou-se, então, a república moderna.

Em resumo, a vitória da Frente Ampla Democrática, liderada por Luís Inácio Lula da Silva, foi dialética porque seus eleitores exerceram o direito de destituir um desgoverno, que não respeitava os interesses e as necessidades da maioria da população como apregoavam os Movimentos Populares que realizaram a Revolução Francesa, seguindo os ideais políticos de Jean-Jacques Rousseau..

Para sabermos realmente o que são revolução, revolucionário e Movimentos Populares, podemos também estudar as Histórias da Revolução Russa de 1917, a Revolução Chinesa de 1949 e a Revolução Cubana de 1959. Nesses países, os autores de crimes políticos e peculatos são punidos e sumariamente executados, o que explica a raiva dos conservadores medievalistas brasileiros contra esses países.

 

 

 

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

IDIOSSINCRASIAS DAS CLASSES FAVORECIDAS LUSOBRASILEIRAS EM PAÍS COLONIZADO

                                                                                           Isaac Warden Lewis

O Senhor Roberto Jefferson, ex-deputado, advogado, declarou, ao ser preso em sua residência, que ele não poderia ser preso porque ele não era do PCC. Ele poderia também acrescentar que não era do CV, do PC ou do PCB ou de qualquer partido anticapitalista e não era morador em uma favela. Ao que parece, todos os letrados, como ele e o ministro da Justiça, Anderson Torres são sobreviventes do período colonial português, por isso, ignoram todas as revoluções (intelectuais, comerciais, industriais, sociais) ocorridas na Europa do século XIV ao XIX que aboliram privilégios, condenaram discriminações e preconceitos contra as classes desfavorecidas. Não me consta que esse Ministro da Justiça tenha, alguma vez, se dirigido a uma favela da periferia invadida para investigar a legalidade ou a constitucionalidade de tais operações policiais. Tais invasões policiais covardes afetam mais o prestígio do país no mundo do que uma revolta de um deputado e advogado com visões de mundo muito mais confusas do que as defendidas pelos terroristas do Taliban ou do Boko Haram e as atitudes guerrilheiras destes terroristas são mais coerentes e honrosas do que o exemplo vergonhoso assumido pelo advogado e ex-deputado Roberto Jefferson.  

No período colonial, os navegantes portugueses que acharam o território brasileiro, por acaso, chegaram em caravelas, trazendo canhões, mosquetes, arcabuzes para atirarem covardemente nos nativos desarmados da América e da África em nome de Cristo para se apropriarem de suas terras e explorarem sua força de trabalho. Nas caravelas, também vieram ouvidores, juízes e promotores do rei para garantir a justiça e a ordem na colônia e punir os nativos que se rebelassem contra as ordens do rei e do papa.    O que as faculdades de Direito têm ensinado, de fato, a advogados como Roberto Jefferson e Anderson Torres? Será que estudam ainda as Ordenações medievais, prenhe de preconceitos e discriminações, promulgadas pelos reis de Portugal no período colonial? Os advogados formados em faculdades fundadas, segundo o programa de ensino vigente no período colonial e medieval, poderiam, ao menos, ler bons livros de História universal, consultando os eventos históricos ocorridos do século XIV ao XIX, época em que vigorava, no Brasil, a cultura medieval portuguesa.