quinta-feira, 21 de abril de 2022

DOENÇA INFANTIL DO CAPITALISMO DEPENDENTE EM PAÍS COLONIZADO

                                                                                                              Isaac Warden Lewis

 Vladimir Ilich Ulyanov, Lenin (1870-1924), em seu texto, “Esquerdismo: a doença infantil do comunismo” (1920), analisa doenças intelectuais de comunistas, como desvios teóricos, revisionismos, dogmatismos, incoerência, irracionalidade, oportunismo e incapacidade metódica para construir conhecimentos objetivos sobre fenômenos sociais da sociedade que pretendem transformar. Curiosamente, de passagem, Lenin ressalta que os capitalistas ocidentais também apresentam doenças espirituais semelhantes, porém mais graves.

Esses casos, no mundo capitalista ocidental, podem ser observados ainda hoje na Europa, nos Estados Unidos e, principalmente, nos países colonizados ou neo-colonizados, como o Brasil, onde a doença infantil do capitalismo ocidental apresenta-se epidêmica e gravíssima, por ser um país neo-colonizado, capitalista dependente, cujo setores favorecidos e desfavorecidos, em sua maioria, orientam-se por ideias místicas medievais ou pré-históricas, misturadas com ideologias modernas. Isso explica porque os luso-brasileiros e seus aliados, descendentes estrangeiros, mamelucos, mulatos, indígenas, negros orientam-se ainda por preconceitos medievais prescritos há mais de quinhentos anos pelas bulas papais e Ordenações promulgadas pelos reis de Portugal. As classes favorecidas organizaram a produção econômica, as atividades política e judiciária, militares, policiais, visando mais atender os interesses das classes privilegiadas de países capitalistas centrais e das favorecidas nacionais do que atender as necessidades da população nativa. Não é, pois, de estranhar a institucionalização da corrupção generalizada nos órgãos públicos, principalmente, nas instituições políticas, forças armadas, policiais, jurídicas, que foram criadas para perseguir ostensivamente os nativos (ameríndios, afro-brasileiros, operários e agricultores pobres; a violência e a discriminação negativa praticada pelas instituições públicas contra os nativos, quilombolas, operários, agricultores e favelados; o desmatamento de florestas, os incêndios florestais, a invasão e grilagem de terras indígenas, o massacre da população indígena e quilombola. Essas ações não são “fatalidades”, como declarou  um general, comprometido com os crimes praticados pelas Forças Armadas, Milícias, Polícias no Brasil, onde autoridades e setores da população acreditam que esse país é diferente de Porto Rico, Haiti, Filipinas, Panamá, Congo e outros países colonizados pelo Capitalismo Ocidental.

Além das doenças infantis, mencionadas acima, a pior é a cegueira lateral ou parcial. As pessoas acometidas por essa doença, tanto nos países colonizados como nos países capitalistas centrais, só conseguem perceber os erros. males, as doenças, os absurdos, o terror praticados por outros indivíduos ou países. Recentemente, a esposa de um ator norte-americano foi agredida violentamente por um comediante. O marido, Will Smith, indignado, levantou-se e deu um tapa no rosto do comediante. O mundo veio abaixo em Hollywood por causa da atitude do ator. Poucas pessoas se indignaram pela agressão sofrida por sua esposa, como se uma mulher não tivesse o direito de raspar a cabeça, se ela quisesse. Imaginemos que se esse comediante fizesse gracinha ou ofensa a uma mulher que se apresentasse publicamente sem blusa, com o peitos de fora e seu marido reagisse da mesma forma que Will Smith, esse comediante estaria dizendo que as mulheres não têm o direito de se apresentarem carecas ou com os peitos de fora. Para esse comediante, somente os homens têm esse direito!!! Quanta hipocrisia!!!

No Brasil, há crianças morrendo de fome, há corrupção generalizada, há genocício nas terras indígenas, quilombolas e favelas, há violência policial e militar, há aberrações políticas e jurídicas, porém a ONU não tem se manifestado contundentemente contra os crimes de lesa-humanidade praticados nessa colônia. Para quê e para quem serve a ONU? 

 

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domingo, 10 de abril de 2022

LILLIAN WHITE'S TOILETTE

 Isaac Warden Lewis

I am a young woman. My name is Lillian White. I am married. I get up early everyday to prepare myself to go to work, but when my husband gets up, I am not ready yet.

I go to the bathroom. I look at the mirror for a long time. Then I open the cabinet and take out the tooth-brush, the tooth-paste and the soap-ball. I look at the mirror again. I wonder whether I am still young or I am getting old. Then I wash my face and clean my teeth. I look at the mirror again. Then I take a shower. I dry myself with the towel. Then I go back to the bedroom. I choose a dress. I put on a blue dress. I look at the mirror.

I notice that my husband is awake. He is looking at me. I take off the blue dress. I put on a white blouse and a brown skirt. Then I take off the blouse and the skirt and put on a green dress. I look at the mirror. My husband is still looking at me. I get nervous. I wonder why he does not get up at once and go to the bathroom and leave me alone in the bedroom. I know that when he gets up he will be ready in thirty minutes. He will fetch the morning paper. Then he will go into the bathroom. He will sit on the toilet and read the newspaper. Then he will open the cabinet and take off the tooth-brush, the tooth-paste and the toilet-soap. He will shave himself, wash his face, clean his teeth and take a bath. Then he will come back to the bed-room, choose a suit, a shirt, a tie, a pair of socks and a pair of shoes. He will put on his clothes immediately. He will pick up his wallet and his wrist-watch. Then he will have his breakfast and in the next moment he will be urging me to finish my toilette. I take off the green dress. I remember that my green shoes are at the shoemaker’s. I put on the blue dress again. Now I have to choose which umbrella and handbag I must carry. Finally I look at the mirror once more. I am not very happy with my toilette. My husband is looking at me sarcastically.

“Why are you looking at me?”,  I asked.

“I think you are getting mad, but you are very lovely today”, he answered.

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In: Lewis, Isaac Warden. Practical English Course. Manaus: Editora   Mundo Novo, 2009, p. 34-35

A PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

 Isaac Warden Lewis

 

Encontrei uma pedra no meu caminho,

Será isso um acontecimento singular?

Todos encontram uma pedra no seu caminho.

O que fazer com uma pedra no meio do caminho?

 

Poderei ignorá-la.

Poderei passar por cima dela.

Poderei carregá-la para longe do meu caminho.

Poderei explodi-la.

 

Uma vez decidido o que fazer com a pedra no meio do caminho.

A pedra deixará de ser um problema no meu caminho.

Pouparei a vida de minha retina e da minha mente.

Eu me esquecerei da pedra no meu caminho.

Já me esqueci que no meio do caminho havia uma pedra.

Agora posso continuar o meu caminho.

 

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Do livro “Sentimento e consciência”.