quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

CPMF SEM VERGONHA



                                                                        Isaac Warden Lewis

 

Quando este território, que hoje é chamado de Brasil, foi invadido, o rei de Portugal se arrogou o direito de ser dono desse território tomado dos índios e de tudo que nele continha. Por isso, ele passou a cobrar taxas por tudo. Quem explorasse essa terra, quem vendesse ou comprasse produtos agrícolas, quem importasse ou exportasse produtos agrícolas ou industriais, quem explorasse as minas de ouro ou de diamante, quem explorasse pela força o trabalho de africanos e de seus descendentes, todos teriam de pagar taxas à Coroa Portuguesa, sem que necessariamente o rei ou a rainha de Portugal tivesse obrigação de oferecer serviços essenciais à população. A partir do século XVIII, alguns governantes de vários países republicanos continuaram adotando política de cobrança de taxas, sem necessariamente oferecer serviços públicos aos seus cidadãos. Por isso, Henry David Thoreau escreveu um livro “A desobediência civil”, conclamando os cidadãos a não pagarem impostos quando os governantes não oferecerem serviços públicos essenciais para o bem estar de todos os cidadãos.

O Brasil constitui um país diferente dos países onde os cidadãos se reuniram para derrubarem a monarquia e, em seu lugar, instalarem uma república. Por isso vigora no país chamado Brasil práticas e instituições que eram vigentes no Brasil Colônia. Uma dessas práticas é o estabelecimento de taxas, impostos, que acabam beneficiando a classe política, os setores privilegiados da administração pública (executivo, legislativo, judiciário), do grande comércio, da grande indústria e dos grandes bancos. A diferença entre a prática da Monarquia e a prática da República é que na Monarquia, o rei ou a rainha não precisava dizer quem seria o beneficiário ou os beneficiários dos impostos e na República, os governantes precisam alardear que o estabelecimento de taxas e impostos será em benefício de todos e, na prática, os beneficiários são poucos. Um exemplo disso foi a construção da Petrobrás. Todos ouviam dizer que  “A Petrobrás era nossa, seria nossa”, mas ela se tornou mais de alguns do que nossa.

Agora estamos assistindo o ensaio do retorno da CPMF, extinta em 2007. No governo Itamar Franco, foi criado em 1993 o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) para cobrir despesas com saúde. Foi extinto em 1994. Será que a saúde do Sistema de Saúde melhorou durante esse período com esse imposto? No governo Fernando Henrique Cardoso, foi criada em 1996 a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) para cobrir despesas com saúde. Foi extinta em 2007, por pressão da sociedade e dos contribuintes. Também as lideranças e os militantes do PT (Partido dos Trabalhadores) criticaram a implantação da CPMF e defenderam a sua extinção. Depois de extinta a CPMF, os cidadãos brasileiros sérios e os cidadãos brasileiros trabalhadores e os cidadãos pobres descobriram indignados que os sistemas de saúde e previdenciário estavam falidos e que os recursos da CPMF não foram investidos nos referidos sistemas.

As lideranças do PT (as que ainda sobram) insistem em dizer que o Brasil mudou depois que o Partido dos Trabalhadores passou a governar o país. Que mudança foi essa? Nunca se viu tanta corrupção promovida nesse país por um partido, juntamente com partidos aliados. Insistem em dizer que agora o país é um estado democrático de direito porque empreiteiros, lobistas e outros corruptos conversam, dialogam com os membros do governo cordialmente. Louvam tanto a bolsa família. De que adianta uma família receber bolsa família e seus membros não terem acesso a tratamento de saúde de qualidade ou à educação de qualidade? O que é uma bolsa família para um cidadão pobre em comparação com a propina que um integrante de um partido ou seu familiar recebe de um empresário ou de um banqueiro? Na verdade, o governo e o Partido dos Trabalhadores confundem tudo. Confundem principalmente o público com o privado. Por que o governo não insta o Poder Judiciário para que os corruptos devolvam ao país os milhões (talvez bilhões) de reais (talvez de dólares) desviados em vez de estabelecer a volta da CPMF sem vergonha com um novo nome – CSS (Contribuição Social para a Saúde), que também não vai cumprir seus objetivos. Nada mudou da Monarquia para a República no Brasil. Esse país continua sendo um estado burocrático de direito.   

 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Blog da editora mundo novo e os meios de comunicação

 Isaac Warden Lewis

Em nossa página NOVIDADE, pretendemos refletir sobre temas e assuntos preocupantes, geralmente ignorados pelos grandes meios de comunicação, pelos modernos meios de comunicação ou pelos repórteres e articulistas afinados com os projetos ideológicos desses meios, com raras exceções.


Nesses meios, grassam imagens de corpos humanos, quase nus, geralmente femininos, ou ideias e informações acríticas que não colaboram para a formação intelectual de qualidade da população brasileira.


E tudo se passa como se o país, chamado Brasil, não tivesse problemas sérios e propostas irreais que comprometem o bem-estar da maioria dos cidadãos e cidadãs desse país.


Os programas dos meios de comunicação televisivos, os artigos impressos, as pseudo informações na internet pressupõem que duzentos milhões de pessoas no Brasil são ignorantes e imbecis. No Brasil Colônia, isso era verdade. A maioria dos senhores de escravos e escravos eram analfabetos, semi-analfabetos e havia poucos letrados, alguns analfabetos funcionais.


Esses meios de comunicação não levam em conta que programas, reportagens e informações sérios e críticos contribuiriam para uma melhor formação intelectual da população brasileira em todas as camadas sociais.


Por isso, pretendemos tecer considerações sobre a CPMF sem vergonha, a vergonha da saúde, a vergonha da educação, a vergonha da segurança pública e outras vergonhas que refletem a sem vergonhice da classe política brasileira, com raríssimas exceções.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

BRASIL: APARTAÇÃO RACIAL E LUTAS DOS NEGROS



Discute as razões da desigualdade e da injustiça social na sociedade brasileira e revela que há no Brasil um grande número de estudiosos que se propuseram a examinar criticamente os fatos históricos, assim como há alguns autores que se propuseram a mistificar esses fatos. 


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Lançamento: FICÇÕES DO CICLO DA BORRACHA: A selva, Beiradão, O amante das Amazonas


Constitui um estudo sobre as obras literárias do ciclo da borracha no Amazonas. Nesse estudo, as obras A selva, de Ferreira de Castro; Beiradão, de Álvaro Maia e O amante das amazonas, de Rogel Samuel recebem uma análise particular por apresentarem aprofundamento em torno do tema, além da renovação dos aspectos já desgastados observados nas demais obras.